sábado, 8 de maio de 2010

A sinestesia

O doce som de teu corpo em mim, mostrou-me que ouvir tua voz é a mais bela obra de arte, deu-me uma ilustre visão de teu corpo e foi-se, deixando-me aqui não há mais o que fazer para reverter o tempo perdido.
O mundo gira, as coisas ficam e mudam e há adaptações, e a calma volta a irritar e magoar e doer cada vez mais. Será que não podes ver?
Não sentes esse gosto delicioso de perfume de lírios que se esvaia do corpo de um alguém que agora apodrece em si mesmo?
Seria tão difícil notar a aura colorida que se espalha quando fixas seus olhos sorridentes em mim? Quando pronuncias meu nome o sabor é doce ou amargo? Seria eu apenas só mais um som, sem gosto ou cheiro?
Porei, pois uma carcaça nova no meu triste ser que sorri esteticamente, e serei de tudo um pouco e um pouco de tudo, serei, pois a junção de tudo que nunca esteve sequer separado.