segunda-feira, 7 de outubro de 2013

~* Parnasiano


Estive indo cada vez mais fundo em uma realidade utopicamente perfeita ao seu lado.
Na trêmula luz do luar que entrava pelas frestas da porta a nossa direita, cada sussurro, respiração e pulso.

Fechei os olhos e deixei que minhas vontades falassem mais alto do que minha timidez; olhei em seus olhos e desenhei em minha mente os seus lábios, senti em minha nuca sua respiração e ponderei em meu tórax o seu peso.
Então abri os olhos e tudo que pude encontrar foi o que de nós se esvaía, o tempo, o medo, o frio.

Pus a mão em seu tórax e senti o quão perfeito poderia ser; implorei uma vez mais, insisti uma vez mais; “Deixe-me admira-lo”. Emudecido e positivo, eu o vi; tão quieto e silencioso, tão forte e natural, que cheguei a me ver com lágrimas nos olhos.

Já faz tanto tempo e agora tão pouco, a nossa realidade me assusta! Agora que já é tempo de voltar ao meu mundo de normalidade e ao meu redor tudo que vejo está sem cor ou cheiro, o seu é o único que me enche a mente.

Minha obra de arte, eu o fiz e o quero por perto!

Queria poder descrever-te de forma parnasiana, mas minha pobre mente não é capaz de produzir rimas ricas e verso que possam ser considerados arte. 

domingo, 28 de abril de 2013

- Pele iluminada ao sol de outono

Ele olhou o relógio dourado que se amoldava ao seu pulso esquerdo e exclamou mentalmente
-Quase três!
Levantou-se com um pouco de dificuldade da poltrona cinza e reclinável que ficava perto da janela de sua sala de leitura. Tinha uma bela vista de seu jardim e do parque que pontualmente às 15:00 visitava diariamente.
Após um banho quente e rápido, vestiu seu casaco azul pastel e pôs um lenço branco no bolso, pegou sua bengala e mais uma vez lastimou pelo seu vigor e habilidade física que se ia com o passar dos anos. Ao sair, pegou sua boina que estava no cabide perto da porta de saída e colocou um sorriso decidido no rosto.
Enquanto atravessava seu jardim a passos lentos, pensava em quanto tempo ja havia perdido e como hoje faria tudo ser diferente, lembrou-se também daquele sorriso e do rosto meigo iluminado pelo sol do lado esquerdo dos bancos do parque.
Apressou-se no andar o máximo que suas frágeis pernas conseguiram e finamente chegou ao banco que ficava do lado direito do parque e bem embaixo de uma frondosa arvore
- Local perfeito para observa-la -  pensou consigo.
Esperou alguns minutos e quando já pensava que não apareceria, lá estava ela! vestida em amarelo, portando uma sombrinha e descalçando suas pequenas luvas brancas.
Exitou um pouco em ir fala-la um oi como costumeiramente fazia enquanto fingia estar apenas passando ao acaso, mas hoje ele faria diferente! Não suportava mais a ideia de não tê-la, mas como falar? Havia muito tempo que não cortejava mulher alguma, mas ele já tinha decidido e tomou folego e andou em direção à pessoa que ele mais almejará nos últimos cinco anos de sua vida.
-Boa tarde, posso sentar-me ao seu lado?
-Claro! alimente-os comigo - ela sorriu enquanto dava-lhe um punhado de farelos de pão com os quais alimentava os pombos.
Por um momento ele não soube o que falar, só ficava ali sentado, inebriado pelo perfume que dela exalava e admirado com o movimento dos cabelos dourados de sua amada ao sol.
-Posso falar-te algo que já tenho comigo ha um tempo?
ela suspirou, deixou de lado o que fazia e olhou-o docemente
-Fale-me - e sua voz soou como a brisa de abril em sua pele
-Tenho me guardado por muito tempo, mas percebo que não posso mais suportar a ideia de apenas observa-la de longe.
ela apenas sorriu e lhe fez um gesto para que continuasse
-Sei que pode parecer precipitado o que tenho à propor-te, mas acredite, é algo que está em mim ha anos.Quando olhei para você pela primeira vez, tu estavas iluminada pela palidez do sol de outono e foi tudo tão mágico em meu interior, que passei a observar-te todos os dias e me contentado apenas com o seu "olá" a cada vez que eu passava por ti. Sei que podes pensar que não a conheço o suficiente, mas eu sei suas manias, decorei cada vestido florido, sei em que mão carregas a sombrinhas e com qual começas a descalçar as luvas.
ela apenas o olhava estasiada por tudo que ouvia, já não alimentava mais os pombos e apenas fitava-o  fixamente com os olhos. ele continuou
-Sei também que podes perfeitamente negar o que vou te propor, mas estou disposto a superar as dores e enfrentar os risco, apenas pela possibilidade de me dizeres "sim". Então minha doce dama, musa das minhas tardes, motivo pelo qual ainda disponho-me à sair de casa e observar as coisas belas do mundo. Quer ser minha para todo sempre?
ela não pode evitar o espanto, mas o que ele não sabia é que ela também o observara todo esse tempo e o conhecia tanto quanto ele a conhecia. Então ela o olhou fundo em seus olhos castanhos, tão profundamente que tocou-lhe a alma e disse
-Pra sempre? - já chorava um pouco - Mas nos resta tão pouco tempo!
ele a tomou pela mão, devolveu-lhe o olhar com a mesma profundidade e lhe falou
-Então vamos viver em nosso pouco tempo, toda beleza de uma eternidade. Por que tudo que mais quero é poder partir dessa vida um dia, com a magnifica visão dos seus olhos e com o sabor de teu beijo.
ela pôs-se de pé, enxugou as lágrimas que insistiam em escorre-lhe pelo rosto, estende-o a mão e falou com a mais suave e amorosa voz
-Vem, vamos começar finalmente a viver!


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

- My Chemical Romance

Fico pensando em como resolver tudo, mas talvez não haja solução.
CLARO QUE HÁ!
nada pode ser tão difícil assim,
é só uma questão de compreensão
mas é complicado consertar as coisas
quando nem sei aonde está o erro.

Daí eu fico acordada,
releio minha agenda,
ouço músicas que não me fazem bem,
penso no meu futuro acadêmico
e tomo remédio pra gastrite.

vou parar de escrever,
afinal é só um desabafo!
mais um que ninguém lerá.

"And we'll love again, we'll laugh again
We'll cry again and we'll dance again
And it's better of this way" (I never told you what I do for a living - MCR)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

- 165 miligramas

Tenho desacordado pra vida todos os dias
e me abrigado no lugar mais perigoso,
em mim!
Preciso de um meio rápido e eficaz
de tirar toda essa dor do meu peito,
Que a lembrança do seu riso
escorra pelos meus pulsos,
que doa!
Que haja desespero e agonia
que se esvaia rápido e seja eterno.
Mergulharei em meus devaneios
e me consolarei em deixar-me,
Toda essa angustia tenho sentido
só terá fim quando eu me desprender de tudo que eu tenho,
eu mesma!
Quando eu esquecer que preciso de mim,
quando eu me render à todo sofrimento,
quando eu já não suportar mais,
eu me vou...
E talvez eu alcance a paz,
o afago pra meu coração confuso.
Onde não haja mais escolhas à fazer,
onde eu não me perca mais no caminho,
onde não haja mais caminhos!


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Oh You Bring ~*

Fiquei desesperada, temorosa, nervosa, apreensiva.
por muito tempo não soube o que fazer, 
a escuridão preenchia minha mente e eu não conseguia ver uma saída.
Andei por aí, tentei dormi, ouvir música e escrever um texto pra o blog, 
mas nada me surtia efeito.
Quando tanta dor e angústia invadem a alma,
 o olhar humano não vê solução e tudo fica cada vez mais turvo.
Mas Você abriu as portas pra mim, veio aqui e me fez descansar em paz.
 Você me mostrou que não há mais sofrimento ou fraqueza, que tudo segue tranquilamente "O Plano" e nada escapa dele, ou melhor, de Você.
Eu me rendi a Tua majestosa graça e encontrei a calma que precisava,


 me inundei em ti e me enchi do teu amor.
Minha vida inteira é Sua, eu me rendo à isso com todo amor.
Eu sou Tua e Tu és meu!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

- A melhor mentira, com esmero, guardo só pra te dar

Cansei de passar dias esperando por alguém que não vem

Cansei de perder o sol do fim de tarde

Casei de ver minhas noites virando insônia, só pra poder estar mais ao seu lado

Cansei de tentar impressionar

Cansei de tentar ser carinhosa

Cansei de alguém que me trata com frieza

Cansei de andar tentando te encontrar

Cansei de tentar te agradar

Cansei de sofrer com minha mente

Cansei de viver dessa maneira

Cansei de esperar que as coisas melhorem no dia seguinte

Cansei de sentir culpa por coisas que não fiz

Cansei de não fazer coisas pra sentir culpa depois

Cansei de me prender

Cansei de falsos amigos

Casei de mim

Cansei de estar casada de tudo

Cansei de... Não sei!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

- Disenchanted

Fechei os olhos por preferência, emudeci por cuidado.
Estou confusa, quase não dormi e sonho algum me chegou à mente.
passei a noite em lapsos, entre acordada e ocupada com meus medos.
medo do nada
taquicardia
falta de ar
inquietude
O cérebro trabalhando sem motivo, enquanto deveria desligar-se. Mas ele permanece mantendo-me acordada por medo, por culpa, por dor e por candura.
Eu não sei o que eu quero, nem o que me tornei.
Fugi de mim a vida toda e hoje em dia, não sei como me achar.
Talvez não haja o que achar, me posto sem personalidade, sem caráter, direito ou cor.
Sou insipida, inodora.
Sub-existo na vontade de ser, em mim um algo que não só respire.
Venho mudando um alguém que não sou. Reprimi e corrigi quem eu queria ser, mas esqueci de fazer o mesmo com a parte de mim que sou eu.
Tenho mais de uma de mim aqui dentro, uma dualidade de sentidos opostos.
Não consigo me ater a nada, mas sou possessiva.
Queria fechar os olhos e descansar,
Sentir o sabor do meu "Eu" e descansar,
Sentir a dor que me causaria e só me deixar ir...