segunda-feira, 7 de outubro de 2013

~* Parnasiano


Estive indo cada vez mais fundo em uma realidade utopicamente perfeita ao seu lado.
Na trêmula luz do luar que entrava pelas frestas da porta a nossa direita, cada sussurro, respiração e pulso.

Fechei os olhos e deixei que minhas vontades falassem mais alto do que minha timidez; olhei em seus olhos e desenhei em minha mente os seus lábios, senti em minha nuca sua respiração e ponderei em meu tórax o seu peso.
Então abri os olhos e tudo que pude encontrar foi o que de nós se esvaía, o tempo, o medo, o frio.

Pus a mão em seu tórax e senti o quão perfeito poderia ser; implorei uma vez mais, insisti uma vez mais; “Deixe-me admira-lo”. Emudecido e positivo, eu o vi; tão quieto e silencioso, tão forte e natural, que cheguei a me ver com lágrimas nos olhos.

Já faz tanto tempo e agora tão pouco, a nossa realidade me assusta! Agora que já é tempo de voltar ao meu mundo de normalidade e ao meu redor tudo que vejo está sem cor ou cheiro, o seu é o único que me enche a mente.

Minha obra de arte, eu o fiz e o quero por perto!

Queria poder descrever-te de forma parnasiana, mas minha pobre mente não é capaz de produzir rimas ricas e verso que possam ser considerados arte. 

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